Folclore Mineiro
Quer conhecer as tradições que fazem Minas ser única? Vem com a gente descobrir festas, crenças e memórias que atravessam gerações.
Minas é terra de muitas histórias. Aqui, cada festa carrega séculos de tradição, cada serra esconde um mistério e cada cidadezinha tem um jeito próprio de celebrar sua cultura. Quando o assunto é folclore, Minas se destaca não só pela quantidade de manifestações, mas também pela intensidade com que elas são vividas. É festa, é crença, é música, é dança, é memória, tudo misturado de um jeito que só Minas sabe fazer!
Principais manifestações folclóricas
O folclore mineiro é gigante e diverso, e se manifesta o ano todo em suas várias formas. Alguns exemplos:
- Carnaval: blocos de rua, desfiles e folia pra todo lado! Tem confete, marchinha e muita alegria. E você sabia que o Carnaval de BH pode virar patrimônio cultural?
- Cavalhada: aquele espetáculo com cavaleiros recriando batalhas medievais. Colorido, teatral e cheio de tradição (Bonfim é referência!).
- Congado / Congada: festa de matriz afro que mistura coroações, cantos, danças e cortejos. Dentro dela surgem variações como moçambique, catopés e ternos, cada um com seu jeito próprio.
- Encomendação das Almas: cortejos noturnos com matracas e rezas em memória dos mortos. Místico e emocionante, muito forte em cidades como São João del-Rei.
- Festa do Divino: celebração do Divino Espírito Santo, com coroações, partilhas e festanças comunitárias na época do Pentecostes.
- Festa do Rosário / Reinado: devoção ao Rosário em clima de festa popular, com congadas, procissões e muita cor e ritmo de origem africana.
- Festa Junina: junho e julho são dominados por fogueira, quadrilha, milho, quentão e brincadeiras em todo canto de Minas.
- Folia de Reis / Reisado: grupos que percorrem casas cantando e abençoando entre o Natal e 6 de janeiro. Tem ternos, personagens e muitas variações regionais.
- Boi (Bumba-meu-boi, Mulinha de Ouro, etc.): folguedo divertido com boi, luta, humor e dança. Cada região tem sua versão.
- Lavadeiras: corais de mulheres às margens do rio, preservando cantos, modinhas e memórias ligadas ao trabalho e à água.
- Pastorinhas / Pastoril: encenações natalinas cheias de cantos, presépios e histórias populares, quase um auto de Natal ao ar livre.
- Mineiro-pau / Maneiro-pau: dança/duelo com bastões, cheia de ritmo e tradição rural.
- Dança de São Gonçalo: típica das festas locais, com arcos, cantorias e passos de origem portuguesa.
- Jongo / Caxambu / Samba de Roda / Batuque: rodas de canto e percussão de origem africana, com dança, improviso e muita energia coletiva.
- Capoeira (cultural): rodas, música e movimento que aparecem em encontros e festas, sempre marcando presença na cultura afro-brasileira.
- Moda de Viola / Cantorias e Repente: viola afinada, toadas, duelos de improviso e embolada que animam encontros e festas rurais.
- Ofícios e cantos de trabalho: músicas ligadas à lavoura, colheita e lida que ainda sobrevivem em festas e celebrações.
- Festas de padroeiro / romarias / procissões: as festas religiosas das cidades, que juntam missa, procissão e também barraquinhas, comércio e encontro comunitário.
- Festas e romarias regionais: festas locais ligadas a milagres, santos ou fatos históricos, cada comunidade com sua marca própria.
- Lendas e causos: histórias que rondam o imaginário mineiro contadas em rodas, festas, roteiros turísticos e conversas como Saci, Mãe-do-Ouro, Chico Rei, Loira do Bonfim, Caboclo d’Água, etc.
Jequitibá: a Capital Mineira do Folclore
Se tem um lugar que respira tradição, esse lugar é Jequitibá, conhecida como a Capital Mineira do Folclore. E não é à toa! Entre os dias 11 e 14 de setembro de 2025, a cidade vai ter o 35º Festival de Folclore de Jequitibá. Serão dias intensos de cultura popular: apresentações de folias de reis, congados, pastorinhas, grupos de cantigas, rodas de viola, causos, exposições e atrações para todos os gostos. Um verdadeiro mergulho na alma mineira, com a comunidade inteira se mobilizando para celebrar as tradições que atravessam gerações.
Além de Jequitibá, várias cidades mineiras também se tornam palcos para grandes encontros folclóricos:
Belo Horizonte: Durante os sábados de agosto, o Museu dos Brinquedos realiza o projeto Agosto Brincante, com oficinas, teatrinho de marionetes, contação de histórias e brincadeiras tradicionais. Um programa lúdico que conecta gerações e mostra que o folclore também é feito de infância, memória e afeto. Já marca aí que dias 23/08 e 30/08 vai ter!
Paraopeba: De 23 a 27 de agosto, acontece a 23ª edição do Encontro Folclórico de Paraopeba e Região, reunindo folias de reis, pastorinhas, congados, grupo de capoeira, Boi da Manta, Quadrilhão, teatro, oficinas e muita música ao vivo. Uma festa que movimenta toda a comunidade com cultura, artesanato e gastronomia.
Alguns encontros já aconteceram e deixaram saudade, mas servem de inspiração para quem já quer planejar 2026:
21º Encontro Folclórico de Guaxupé – Mais de 40 grupos apresentaram no dia 03/08 congados, moçambiques, caiapós e pastorinhas.
58ª Semana Mineira de Folclore (Belo Horizonte) – Realizada entre 18 e 21 de agosto, trouxe painéis, lançamentos de livros, homenagens a mestres da cultura e shows de Rubinho do Vale e Carlos Farias.
184º Festas de Agosto e 45º Festival Folclórico de Montes Claros – Catopés, marujos e caboclinhos tomaram as ruas, em uma das festas mais tradicionais de Minas nos dias 13 a 17 de agosto.
Você sabia?
O Dia do Folclore é celebrado em 22 de agosto! Em 1846, o inglês William John Thoms criou o termo folk-lore, unindo folk (povo) e lore (saber). No Brasil, a data foi oficializada em 1965, com o objetivo de incentivar os estudos e a preservação das tradições populares. Desde então, escolas, universidades, grupos culturais e cidades de todo o país celebram o dia com atividades especiais.
Por que viver o folclore mineiro?
Minas não guarda o folclore só na memória, aqui ele é vivido, cantado, encenado e celebrado. Ao participar de uma folia, ouvir um causo no interior ou visitar uma festa centenária, você não está apenas conhecendo uma tradição: você está vivendo a essência do povo mineiro.
Comentários