Considerada um dos cartões postais do Estado, a gastronomia mineira é uma importante manifestação cultural. Ela resume a tradição, os costumes e as influências recebidas tanto na forma das receitas que passam de geração em geração como nas criações inusitadas e nas releituras dos chefs contemporâneos.
No dia 5 de julho, Minas Gerais comemora o Dia da Gastronomia Mineira. A data foi instituída em 2012, como homenagem ao escritor Eduardo Frieiro, autor do primeiro livro de gastronomia dedicado à culinária mineira: "Feijão, Angu e Couve – Ensaio sobre a comida dos mineiros". Aproveitamos a data para celebrar todos os que integram a cadeia produtiva ligada à gastronomia em Minas, como os agricultores, produtores, padeiros, doceiros, cozinheiros e chefs.
A gastronomia é um dos elementos que conferem identidade ao território, geralmente sendo um dos quesitos avaliados pelos turistas no momento de definir o destino de viagem.
Dados da última pesquisa de Pesquisa de Demanda Turística, realizada pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG) em 2017, mostram que a gastronomia traduz a principal imagem do Estado. Segundo o estudo, 29,2% dos entrevistados citaram produtos da cozinha mineira como imagens que representam Minas Gerais. O destaque ficou por conta do tradicional pão de queijo, que se tornou símbolo da culinária local, lembrado por 12% das pessoas consultadas.
E por falar em queijo....
Nosso tão famoso queijo encheu os mineiros de orgulho, no último mês, quando foi premiado pelo concurso Mondial du Fromage et des Produits Laitiers, no Salão do Queijo de Tours, pequena cidade da região central da França. As iguarias mineiras concorreram com 700 produtos, de 20 países, e receberam nada menos que 50 medalhas (3 Super Ouro, 5 Ouros, 20 pratas e 22 bronze).
Entre as regiões produtoras premiadas em Minas Gerais, destaque para a Serra da Canastra, que acumulou 24 das 50 medalhas mineiras. Três medalhas em Delfinópolis, uma em Medeiros; uma em Bambuí e 17 em São Roque de Minas. Os três queijos mineiros premiados na Categoria Super Ouro são:
- Santuário do Mergulhão Curado. São Roque de Minas. Produtor Silmar de Castro Mota
- Queijo Vale do Gurita. Delfinópolis. Produtor Arnaldo Adans Ribeiro Pinto
- Canastra do Ivair. São Roque de Minas. Produtor Ivair José de Oliveira
Já na Categoria Ouro, conquistaram medalhas o Mineirinho, de Araxá, Rancho 4R (180 dias), da Canastra, Fazenda Bela Vista (60 dias), de Alagoa, Queijo Cruzília, de Cruzília e Rancho das Vertentes (Névoa Tronco de Pirâmide), de Barbacena.
Atualmente, o Brasil é o sexto maior produtor de queijo do mundo. Em 2002, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (IEPHA), declarou o produto como Patrimônio Imaterial. E não parou por aí, o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) reconheceu o queijo como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
Minas Gerais é uma das regiões que têm mais produtos com certificado de origem e procedência, e conta também com 254 produtores de queijo minas artesanal registrados, em sete regiões: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro.
Para acompanhar os queijos e a boa prosa, o café é a melhor opção. Minas Gerais detêm o título de maior produtor de café do Brasil e é também o maior exportador do produto no país. O café tem importância econômica em 520 municípios de Minas Gerais. Cerca de 52% da safra brasileira é mineira e corresponde a 66,5% da exportação total, chegando a mais de 60 países do mundo.
Quer mais motivos para celebrar a gastronomia? Referência no país e no mundo, Minas Gerais é detentor de 50% da produção nacional da cachaça. No Brasil existem 25 mil alambiques, sendo que 8.500 estão em Minas Gerais, conforme dados do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (SindBebidas). É o terceiro destilado mais consumido no mundo, segundo a entidade.
Além disso, Minas Gerais é o segundo maior produtor de cervejas artesanais do Brasil, atrás apenas de Santa Catarina. Dezenas de fábricas e centenas de cervejeiros caseiros são responsáveis pela produção que vem rendendo ao estado o apelido de Bélgica brasileira. Dos 120 estilos existentes no mundo, 55 já são reproduzidos por aqui. A qualidade da produção já rendeu prêmios para as microcervejarias mineiras em concursos internacionais em Blumenau, na França, na Argentina, no Chile e na Bélgica.
Mercado Central em Belo Horizonte, templo da variedade
Se você deseja ter um gostinho de tudo o que contamos aqui, de uma vez só, uma visita ao Mercado Central de Belo Horizonte é a melhor pedida. As características mais marcantes da cultura mineira estão reunidas nesse verdadeiro templo de memórias e histórias, que completa 90 anos em setembro de 2019. Situado no centro da capital mineira, o local é uma festa para os sentidos, que se aguçam com a diversidade de cores, aromas e sabores. Lá é possível experimentar os famosos pratos típicos mineiros, queijos de várias regiões do Estado, como os do Serro e da Serra da Canastra, além de cafés especiais, cachaças, doces e embutidos.
Minas Gerais tem muito a comemorar!
Por Carolina Fleury
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