Turismo em Minas Gerais | Descubra as raízes do patrimônio alimentar de Minas Gerais

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Atualizado em: 04/07/2025

Venha celebrar o milho e a mandioca, bases do patrimônio cultural mineiro, com muita história, tradição e receitas! 

 

Que o milho e a mandioca são ingredientes fundamentais que estão na base da alimentação do brasileiro, você já sabe. Mas você sabia que, em Minas Gerais esse reconhecimento foi oficializado na forma de patrimônio? Em Minas, o milho e a mandioca são as estrelas de destaque do estudo do IEPHA que serviu de base para o reconhecimento e o registro dos Sistemas Culinários mineiros como patrimônio cultural imaterial do estado, e oficializou a cozinha mineira como um patrimônio dos mineiros desde 5 de julho de 2023.  

Vale dizer que, para além do protagonismo do milho e da mandioca na cultura alimentar de Minas Gerais, a escolha desses alimentos de subsistência representam o reconhecimento e a valorização da participação dos povos africanos e indígenas na formação do povo mineiro. 

O rico universo de receitas e produtos que derivam do milho e da mandioca impressiona pela originalidade e pela diversidade de sabores e saberes. Com o fubá, apenas um dos derivados do milho, fazemos uma infinidade de delícias: broas, bolos, angu, polenta, pastel de angu, mingaus e por aí vai. A mandioca, por sua vez, nos agracia com inúmeros derivados, como as massas de puba e tapioca, mas não poderíamos deixar de destacar o polvilho, ingrediente base do nosso tão amado pão de queijo.  

O milho e a mandioca são a base de um sistema culinário ancestral que une tradição, afeto e muita criatividade. O mais incrível é que eles seguem sendo cultivados por agricultores familiares e preparados não só pelas mestras quitandeiras, doceiras e mestres da culinária, mas nas nossas cozinhas e nos fornos à lenha dos quintais das nossas mães, tias, avós e bisavós, no dia-a-dia. Porque cultura viva é assim! Não fica restrita apenas ao imaginário da gente, mas saboreia e sustenta o nosso presente, constituindo parte fundamental de quem somos. E é uma "comidaiada" tão grande que elas arruma, que a gente até se pega pensando, nos encontros de família: eita que ser mineiro é mesmo bão demais da conta, sô!

No período das festas juninas (e julinas), as iguarias e quitandas derivadas do milho e da mandioca ganham ainda mais destaque, pois elas são as verdadeiras protagonistas destas celebrações. Pensando nisso, a seguir você encontra uma seleção de receitas tradicionais com derivados do milho e da mandioca. A ideia é aproveitar essa época festiva para celebrar as comidas juninas que amamos e que fazem parte do patrimônio culinário de Minas Gerais! 

 

Receita do tradicional pão de queijo mineiro 

Ingredientes para 5 porções 

04 copos (americano) de polvilho doce (500 g) 

01 colher (sopa) tempero ou sal a gosto 

02 copos (americano) de leite (300 ml) 

01 copo (americano) de óleo (150 ml) 

03 ovos 

04 copos (americano) de queijo minas meia cura ralado 

Óleo para untar 

Modo de preparo 

1 - Coloque o polvilho em uma tigela grande. 

2 - À parte, aqueça o sal, o leite e o óleo. 

3 - Quando ferver, escalde o polvilho com essa mistura, mexa muito bem para uma textura 

homogênea. 

4 - Espere esfriar. 

5 - Acrescente os ovos, um a um, alternando com o queijo e sovando bem após cada adição. 

6 - Unte as mãos com óleo. 

7 - Enrole em bolinhas pequenas e coloque-as em uma assadeira untada. 

8 - Leve ao forno médio, preaquecido e asse até dourar. 

Fonte: Estudo do IEPHA “Sistemas culinários da cozinha mineira: o milho e a mandioca” 

Fonte: Sabores de Minas - Sacramento.

 

Receita de Broa de Fubá da Vó Maria 

01 copo de açúcar 

01 copo de farinha de milho (escolha a melhor, de preferência fubá de moinho) 

01 copo de leite 

01 xícara de manteiga 

04 ovos 

01 colher de sopa de fermento em pó 

Queijo à vontade!

Modo de fazer: 

1 - Bater a manteiga, o açúcar e as gemas 

2 - Depois juntar os outros ingredientes mexendo bem. Por último acrescentar as claras em neve. Mexer lentamente e levar ao forno pré aquecido. Agora, é só juntar os parentes e servir a broa bem quentinha. 

Fonte:Blog Daqui de Minas

 

Mingau de Milho da chef Suzi Chaves 

Ingredientes:  

03 espigas de milho   

A mesma quantidade de água para bater (O ideal aqui é medir quantas xícaras serão usadas com os grãos e colocar a mesma quantidade de água)   

01 xic de açúcar (pode ser qualquer tipo. Porém, se usar o mascavo , vai interferir no sabor da receita)   

500ml de leite (pode ser vegetal, integral, desnatado... o de sua preferência)  

01 colher bem generosa de manteiga  

01 colher de chá de sal  

Modo de Preparo:  

1 - Corte o milho ( tenha cuidado para não cortar pedaços do sabugo, o que pode deixar o gosto da receita amargo) ;  

2 - Bata o milho no liquidificador junto com a água;  

3 - Coe esse suco de milho;  

4 - Leve para o fogo e mexa bastante para não ficar agarrado no fundo da panela;   

5 - Acrescente o Leite, manteiga, açúcar e a pitada de sal;   

6 - Mexa por cerca de 10 a 15 minutos (se quiser mais consistente, mexa por mais tempo);   

7 - Após chegar na consistência desejada, transfira para um recipiente, polvilhe canela em pó e deixe esfriar. 

Fonte: Blog Daqui de Minas 

 

O desejo de reconhecer a cozinha mineira como patrimônio cultural imaterial é um reflexo da importância que ela tem na formação da identidade mineira, e na centralidade que ela ocupa na formação daquilo que chamamos de cultura mineira. Não por acaso, o Dossiê do IEPHA define a cozinha mineira como “o conjunto de práticas e de modos de fazer os alimentos construído por relações socioculturais das diversas regiões do estado em uma complexidade de sistemas, como os culinários, os agrícolas e os alimentares, em diálogo com uma oikonomia complexa de um cotidiano rico. As vinculações territoriais de tais alimentos, muitos deles cultivados nos quintais domésticos, suas hortas e seus pomares, representam a diversidade e a tipicidade da cozinha, não restringindo-a a um único sistema alimentar."

 

Em um trecho emocionante do estudo, os saberes empregados no preparo dos ingredientes e das receitas são elevados à condição de carinho, de puro acolhimento e hospitalidade mineira. Confira:

"Os saberes são expressos não somente por meio de técnicas e usos de instrumentos tradicionais, como tachos, fornos de barro e fogão a lenha, mas estão presentes na comensalidade diária, nas festividades, nas feiras e nos mercados, na religiosidade e em suas comidas de devoção, além do caráter de hospitalidade, ultrapassando os limites do ambiente físico da cozinha, criando diversos lugares de acolhimento e de sociabilidade."

Conheça o estudo do IEPHA “Sistemas Culinários da cozinha mineira: o milho e a mandioca”, parte do projeto Cozinha Mineira, aqui

E, que tal aproveitar o embalo para encontrar a festa junina mais perto de você no portfolio da Minas Junina 2025? É só clicar aqui!

 

 

Vale dizer que a Festa Junina é apenas uma das muitas festas típicas e festivais tradicionais onde é possível degustar os sabores icônicos da cozinha mineira. A seguir, você confere uma agenda de eventos, em diversas cidades mineiras para celebrar o que há melhor deste rico patrimônio.   

  •  Passa Quatro Gastronomia - acontece em Passa Quatro, nos dias 04 a 13 de Julho.

  •  Festa da Mandioca - acontece em Almenara, de 01 a 03 de Agosto. 

  • Circuito Gastronômico Sabor das Brumas – Raízes e Releituras - acontece em Brumadinho, de 26 de Junho a 27 de Julho.

  • Festival Igarapé Sabor - acontece em Igarapé, de 10 a 13 de Julho. 

Continue acompanhando o Blog Daqui de Minas para saber tudo sobre esse universo de saberes e sabores que fazem do patrimônio culinário de Minas Gerais um bem inestimável para o seu povo – e, porque não, para o Brasil todinho e para a humanidade. Prova disso é que, em 2024, o pão de queijo foi eleito pelo TasteAtlas o segundo melhor pão do mundo!  

Fato é que o repertório culinário de Minas Gerais tem a proeza de ser, ao mesmo tempo, gigantesco e único. Ah, cozinha de Minas Gerais... quem te conhece, não esquece jamais!  

 

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Sobre o Autor

Alicia Costa

Mineira, mãe, pisciana e antropóloga apaixonada por ouvir, ler e viver novas histórias. Ah! e, de vez em quando, contar algumas também :)

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