Túmulo de Antônio Dó

A vida pacata de Antônio Dó, um simples sertanejo, transformou-se em uma história de protesto e resistência diante das injustiças que sofreu. Após enfrentar os desmandos da Força Policial de Minas Gerais, em um episódio relacionado a uma rixa com o vizinho Chico Peba, sua vida tornou-se um verdadeiro roteiro de cinema. A morte de seu irmão, Honório Antunes França, sem que a polícia tomasse qualquer atitude para esclarecer o caso, foi um dos principais motivos para o seu protesto contra o sistema injusto que lhe foi imposto. Antônio Dó é citado várias vezes nas obras de Guimarães Rosa, incluindo “Grande Sertão: Veredas” , onde seu nome aparece em cinco passagens significativas. Além disso, o escritor retratou sua figura em “Sagarana” no conto “A Hora e a Vez de Augusto Matraga” e em “Tutaméia” no conto “Barra da Vaca” . Em ambas as obras, Antônio Dó é descrito como um bandoleiro cujas andanças e lutas na região ficaram imortalizadas na literatura brasileira. Petrônio Braz, ao investigar os acontecimentos que marcaram a vida de Antônio Dó, trouxe à tona com maestria uma história emocionante desse homem injustiçado, revelando ao público a violência social e a luta pela justiça. Seu trabalho foi fundamental para resgatar a memória de Antônio Dó e permitir que a sociedade revisse e reparasse as injustiças cometidas contra ele. Ao revisitar os fatos do passado, Petrônio contribuiu para dar voz àquela que foi marginalizada pela história.