Tingimento Natural

Em 2002, uma mobilização impulsionada pela Artesol revitalizou as raízes e a tecelagem no Noroeste de Minas, particularmente na região do Vale do Rio Urucuia, onde essas práticas foram se perdendo com o tempo. A partir desse movimento, surgiu na Central Veredas, uma iniciativa que contou com o apoio de diversos parceiros com o objetivo de gerar autonomia para as comunidades locais, fortalecendo a rede de produção cultural e produtiva. O projeto buscou promover a geração de renda e garantir o acesso ao mercado para os artesãos da região, oferecendo qualificação e aplicando preços justos. Além disso, desempenhou um papel importante na defesa socioeconômica e ambiental, combatendo o trabalho escravo e promovendo a igualdade de gênero. A Central Veredas também otimiza a logística e a comercialização dos produtos produzidos pelos núcleos em cada município, que antes trabalhavam de forma isolada. Um dos pilares desse projeto é o Tingimento Natural, que resgata técnicas antigas de tingimento com plantas nativas da região, como Baru, Manga, Pau Brasil, Urucum, Anil, Barbatimão, Sangra d'água e Ferrugem. Esse processo não apenas preserva tradições, mas também contribui para o conhecimento e a preservação das árvores nativas da região. Ao longo do tempo, o tingimento dos fios com essas substâncias naturais tornou-se um símbolo de um cotidiano marcado pelo trabalho, fé e otimismo das comunidades locais, que dependem da natureza para garantir a sustentabilidade e a continuidade de seus cargos.